Bruxaria,  Bruxaria Verde,  Fitognose,  Necromancia

O Jardim dos Venenos:

Continuação do texto: O Jardim da Bruxa

Embora exista hoje em dia todo tipo de bruxa atualmente a grande maioria é, como eu, homens e mulheres que praticam em casa, em suas cozinhas ou num jardim, dentro de espaços urbanos. No geral toda Bruxa é uma Bruxa Verde, pois quando temos a oportunidade andamos descalças pelas florestas e campos, em lugares selvagens onde outros não costumam ir. São nesses lugares sagrados que encontramos nossa magia, nossos espíritos aliados e lugares de poder. Como bruxas, reunimos nossos materiais e encontramos nossos espíritos do outro lado, trabalhamos na natureza e a convidamos para nossas casas. Estar caminhando sem destino pela floresta é semelhante a estar em transe, cercado por espíritos, totens e pelos deuses primordiais da criação, da mesma forma, a loucura do dia-a-dia das grandes cidades pode ser útil a uma bruxa observadora.

Por 5 anos observando, apenas sem colher, eu aprendi trabalhar com espíritos da  Brugmansia e da Datura (Os primeiros gênios que criei laços profundos). Colhi flores, cavei raízes e juntei folhas para fazer encantos, pomadas e poções.

Com o tempo, as plantas evoluíram de maneira a se proteger de predadores e insetos. Como as plantas não podem se mover para escapar dessas ameaças, elas foram forçadas se transformarem para sobreviver. Algumas plantas possuem espinhos como forma de defesa, enquanto outras aprenderam a camuflar ou alterar seus aromas. No entanto, outras plantas passaram a produzir compostos químicos para a sobrevivência das ameaças causadas por pássaros, animais, insetos e até humanos. Alguns produtos químicos produzidos pelas plantas para proteção não são venenosos, mas eles têm qualidades amargas. Entre todas as plantas algumas aprenderam a sobreviver por meio de proteção tóxica, as que chamamos de venenosas, pois podem matar através do simples toque. 

O “Veneficium” é o caminho que explora a sabedoria dos venenos e toxinas na magia através do uso de enteógenos, palavra que vem do grego e significa “gerar o divino interior”. As plantas que contêm grandes quantidades desses produtos químicos têm um histórico de serem usadas em cerimônias religiosas, para induzir estados de transe e para a projeção do corpo espiritual. Há uma linha tênue que separa uma experiência religiosa de uma alucinação; se o enteógeno for muito forte, o praticante ficaria “alto demais”, então o valor espiritual da cerimônia será perdido.

As poções voadoras e os unguentos usados ​​pelos pagãos, tanto antigos quanto modernos, contêm ervas venenosas para abrir artificialmente as portas psíquicas e relaxar o espírito. O uso de tais enteógenos desempenhou um papel vital nos ritos mágicos do xamanismo e bruxaria de todo o mundo.

Plantas como a Mandrágora podem ser encontradas no folclore como um dos principais ingredientes da pomada voadora das bruxas. A Mandrágora, como muitos outros espíritos de plantas associados ao reino das sombras, contém alcalóides que podem alterar a mente e abrir as estradas para viagens astrais e travessias para o plano astral. Quando feitos corretamente, os unguentos das bruxas podem ajudar o praticante a mudar de forma, no desdobramento do corpo astral ou a entrar em estado de transe. Essas ervas também ajudarão a bruxa a ter visões ou a se comunicar com seres espirituais, e principalmente seus ancestrais.

Existem muitos rituais que são aprimorados pelo uso de unguentos e geralmente levam a ritos extáticos semelhantes aos encontrados em uma variedade de culturas indígenas. Note-se que o caminho venenoso não é para todos. 

Pode-se praticar a travessia sem o uso de enteógenos, unguentos, poções e pomadas? Sim, na verdade, é o que eu recomendaria, aprender as projeções básicas e técnicas de desdobramentos, e depois adicionar o uso de fórmulas somente quando essas habilidades forem atingidas. O Jardim de Lilith criou o Unguento dos Sonhos e do Óleo de Datura, pois é o meio mais seguro para o primeiro passo para essa incrível jornada.

Lucy Navarro

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